segunda-feira, 23 de junho de 2008

Investindo com ousadia o que recebi de Deus


A PARÁBOLA DOS TALENTOS
Mateus 25.14-30

TEMA: Investindo com ousadia o que recebi de Deus!
Como obter grandes resultados em sua vida


Introdução[1]: Em nosso encontro de hoje, gostaria de fazer uma reflexão sobre esta parábola, intitulada no Evangelho como: A Parábola dos Talentos. Pensei em um texto que pudesse nos levar a uma reflexão a respeito do nosso comportamento em relação aos nossos investimentos e que pudesse nos dar uma orientação em relação a como obter resultados concretos em nossos investimentos.
Algumas coisas que devemos ter em mente:
Tudo o que tenho na vida, tem uma fonte geradora – Deus
Tudo o que tenho na vida é resultado do meu comportamento
Tudo o que tenho na vida deve ser multiplicado.

Explicação:

A parábola era um recurso muito utilizado por Jesus. Ele partia de uma condição de vida, de uma história para trazer lições profundas a vida. Nesta parábola, Jesus destaca o comportamento de três pessoas, que receberam a incumbência de negociar os valores do seu senhor.
1. Cada um recebeu sua porção segundo a sua capacidade.
2. Cada um teve um comportamento diferente
3. Cada um recebeu uma porção diferente
Jesus expõe esta parábola para salientar a consagração e a fidelidade que devem caracterizar a vida dos discípulos na terra até o dia glorioso da sua vinda. Para cada personagem da parábola não faltava motivação, recursos para o investimento que Jesus esperava de cada um.

A) ALGUMAS LIÇÕES INICIAIS DESTA PARÁBOLA

Três maneiras de investir as coisas recebemos na vida

1. Primeiro homem (v. 16):

a) Recebeu a maior porção: cinco talentos.
b) Compreendeu a urgência: imediatamente saiu a negociar, v. 16
c) Senso de responsabilidade: sabia que aquilo não lhe pertencia.
d) Capacidade de investimento: transformou em mais cinco talentos: o que fazemos com as coisas que Deus está nos oferecendo. A questão não é receber pouco ou muito. A questão é que não podemos nos apresentar diante de Deus da maneira que ele nos chamou. Há uma necessidade de apresentar algo mais a Deus.
e) Temos que ter a capacidade de multiplicar o que recebemos



2. Segundo homem (v. 17):

a) Recebeu uma porção inferior do primeiro. Recebe apenas dois talentos.
b) Em nenhum momento ele sentiu-se inferior. Em momento algum ele reclamou do talento que recebeu. Cuidado: Não olhe para o que os outros têm na vida. Quando centramos nossa atenção nos resultados que os outros têm, não alcançamos nossos resultados. Perdemos o foco, perdemos nosso objetivo, perdemos a oportunidade de investir.
c) Ele não sentiu inveja do primeiro. Nós também não podemos sentir, pois é Deus que concede os dons. Não está em jogo simplesmente a nossa capacidade, mas a soberana vontade de Deus. É Deus que distribui conforme sua vontade.
d) Também compreendeu a urgência, logo multiplicou seus talentos.
e) Mostrou senso de responsabilidade
f) Mostrou capacidade de investimento
g) Ajustou sua conta com o seu Senhor, v. 19:


3. Terceiro homem, v. 18:

a) Recebeu a porção mais inferior. Tinha tudo para realizar o melhor trabalho, mas foi medroso e covarde. O medo nos impede de fazer grandes realizações em nossa vida.

“Coragem não é ausência de medo. É fazer o que se tem medo de fazer. É ter o poder de sair do terreno conhecido e progredir em um território” (Maxweel).

b) Antecipou uma preocupação que não existiu nos demais homens, v. 24-25: Os dois primeiros homens não olharam para a severidade do seu senhor, eles tão somente obedeceram sua ordem. Deixamos de fazer determinada coisas na vida, porque nos escondemos naquilo que as pessoas são. O que estava em jogo não era o caráter do senhor, mas a obrigatoriedade de multiplicar aquilo que ele recebeu.

c) Este homem não reconheceu sua fragilidade, sua incapacidade, seu medo. Ele não diz que não investiu, porque é medroso, mas porque seu senhor é severo. Quando não queremos fazer alguma coisa na vida, dizemos: “Não dá para fazer isto, porque o mercado não está bom, porque não tenho apoio, porque minha esposa não deixa”. Tome cuidado, às vezes, as dificuldades não são impostas, elas estão em nós. O problema não está nas pessoas, mas na nossa falta de coragem e ousadia.


d) É difícil enxergar nosso próprio erro, mas é muito fácil encontrar uma desculpa para legitimar nossa inoperância. É muito fácil dizer que os outros não nos dão possibilidades, mas é difícil dizer que não recebemos responsabilidades pela nossa maneira de administrá-las.

1. Às vezes nos falta imaginação: é isto mesmo, pode faltar criatividade, ousadia, imaginação.
2. Coragem de aventurar: às vezes, temos medo de nos aventurar, de percorrer outro caminho, de buscar outra alternativa.
3. Faltou interesse pela causa do mestre: muitos talvez não tenham interesse pela causa que defende, muitos preferem ficar com aquilo que recebeu e não multiplicar.

B) COMPRREENDENDO ALGUMAS COISAS SIGNIFICATIVAS:

1) Deus nos concede dons conforme a nossa capacidade, v. 15

O texto deixa claro que Deus nos concede dons conforme a nossa capacidade. Devemos lembrar a exortação bíblica: “a quem muito é dado, muito será comprado”. Cada um recebe de acordo com a vontade de Deus. É Deus que capacita a Igreja. Paulo afirma: “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso” (I Coríntios 12.7).
Por que nem todos são apóstolos? Por que nem todos são profetas? Por que nem todos são pastores e mestres?
a) Devemos compreender qual é o nosso papel na vida comunitária.
b) Devemos nos contentar com aquilo que recebemos de Deus. Lembre-se que apesar de Deus nos oferecer dons conforme a nossa capacidade, a determinação desta concessão não está estritamente relacionada a nossa capacidade, mas a vontade soberana de Deus.

2) Deus espera que multipliquemos aquilo que recebemos na vida: o próprio Deus espera que tenhamos resultados além daquilo que recebemos. Os resultados estão em nossa capacidade de investir e não nas mãos de Deus. Muitos talvez estejam esperando um grande resultado da parte de Deus. Mas, nesta parábola que consegue os resultados são os homens.

3) É Deus quem proporciona os talentos a cada um, segundo sua capacidade, portanto, você deve se contentar com aquilo que recebeu de Deus. Você não pode dizer eu recebi pouco. Não é pela quantidade de talentos que você é medido, mas pela maneira que você trabalha com eles. A quantidade não é o elemento mais importante, mas o que você faz com a quantidade que recebe. Você pode receber um único talento e saber administra-lo corretamente.

4) Devo me contentar com aquilo que Deus me deu: não podemos ficar insatisfeitos. Às vezes, não aceitamos com o que recebemos de Deus. Observe que a parábola deixa bem claro, que Deus concede os seus talentos conforme a nossa capacidade. Isto nos leva a entender que não podemos atribuir a Deus o nosso fracasso. Quanto mais capacidade demonstro ter, mais responsabilidades Deus me conferi. Tenho sido fiel no pouco, sobre o muito Deus me colocará. Sou fiel no muito sobre muito Deus me colocará.

5) Não posso atribuir aos outros os resultados negativos do meu trabalho: você já parou para pensar que quase sempre queremos escolher um bode expiatório para os nossos erros. Isto começou no Éden. Observe que na parábola, o terceiro servo atribui seu fracasso e a sua falta de capacidade de investimento ao caráter do seu Senhor. Sei que tu és severo. A questão que o texto nos aponta não está no caráter do Senhor, mas na falta de ousadia do servo, que medrosamente, enterrou seu talento. Observe que este servo tem uma dificuldade tremenda de encarar sua incapacidade, por isso, foi mais fácil falar que seu Senhor era severo.

TEMA: ALGUMAS RECOMENDAÇÕES PARA OS QUE DESEJAM OBTER MELHORES RESULTADOS EM SUA VIDA

1. Preocupe-se em fazer o trabalho que Deus lhe confiou com amor

Temos que tomar cuidado. Tudo o que nós fizermos deve ser feito com amor. “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. Temos que tomar cuidado com o senso de obrigatoriedade. Isto nos prejudica e muito. Na vida cristã nada pode ser feito com obrigatoriedade. Pedro exortou: “pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente”.

2. Preocupe-se em fazer o trabalho que Deus lhe confiou com responsabilidade

Começamos pela advertência paulina: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas” (Filipenses 2.14). A murmuração é destrutiva. Ela nos distancia da excelência. Você já observou o quanto é difícil fazer alguma coisa na Igreja sem murmurar. Às vezes, somos um trator para trabalhar na Igreja, mas passamos a maior parte do tempo murmurando. Quando penso em responsabilidade não penso somente na idéia de realizar a obra do Senhor corretamente, mas penso também, na idéia de fazer a obra do Senhor com alegria.
A palavra murmuração significa: insatisfação, reclamação, queixume. Você deve conhecer aquele tipo de pessoa que faz algo, mas também sempre denigre alguém, murmura ou critica.
Fazer o trabalho com responsabilidade implica em fazer o trabalho com a maior alegria possível, para que possamos colher os frutos do nosso trabalho. Devemos buscar a excelência naquilo que fazemos.



3. Preocupe-se em fazer o trabalho que Deus lhe confiou com coragem

Início com a advertência do apóstolo Paulo: “de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus” (Filipenses 1.13-14).
Deus mandou que Josué fosse forte e corajoso. Não há como prescindir na coragem na realização do nosso trabalho. Ela é extremamente importante. Observe que na parábola dos talentos, faltou coragem para o terceiro homem. Ele teve medo. O apóstolo Paulo disse: “Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder; de amor e de moderação” (II Timóteo 1.6-7). A covardia pode ser uma afronta contra Deus. Não estou falando de uma coragem sem responsabilidade, isto se chama burrice. Josué era corajoso, mas era também um grande estrategista. Neemias era corajoso, mas também era estrategista. Eles sabiam. Uniam a coragem, responsabilidade e visão.
Em outro momento o apóstolo Paulo afirmou: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar” (II Tm 2.15).

4. Preocupe-se em fazer o trabalho que Deus lhe confiou com excelência

Iniciemos este ponto, buscando as idéias do apóstolo Paulo. Paulo afirma em Romanos 12.6-8, que temos diferentes dons, segundo a graça de Deus, que nos foi dada e segundo a proporção da fé.
a) Se ministério, dediquemos ao ministério
b) O que ensina, esmere-se no faze-lo.
c) O que exorta, faça com dedicação
d) O que contribui com liberalidade
e) O que preside, com diligência
f) O que exerce a misericórdia, com alegria:

Observemos as palavras:

a) Dedicação
b) Esmere-se
c) Dedicação: paraclesis: o que exorta, deve exorta com a finalidade de trazer encorajamento.
d) liberalidade: honestidade de mente, simplicidade e sinceridade, virtude de alguém livre de pretensão e hipocrisia
e) diligência: afobação, com pressa, ansiedade, diligência, ansiedade em executar, promover, ou empenhar-se por algo, fazer com toda diligência, interessar-se com muita seriedade
f) alegria


5. Preocupe-se em fazer o trabalho que Deus lhe confiou com dedicação:

Paulo afirmou: “para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim” (Colossenses 1.29).
Temos visto que Deus nos capacita e opera em nós a eficácia necessária. Mas, Paulo reconhece que existe uma necessidade do esforço humano. ele se esforça o máximo. Paulo tem um profundo senso de responsabilidade e excelência.
“Assim corro também eu, não se meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (I Coríntios 9.26-27).
Como posso ser desqualificado no meu trabalho?
a) quando corro sem meta, ou seja, não tenho objetivos claros na minha vida cristã.
b) Quando não disciplino adequadamente a minha vida. Paulo reduz sua própria à escravidão.
Paulo nos ensina: “preservando a palavra da vida, para que no dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente” (Filipenses 2.16). A excelência do ministério Paulino estava centrada na palavra de Deus. Paulo tinha uma profunda preocupação de fazer a obra do Senhor da melhor maneira possível. Ele não tinha como objetivo central agradar a homens, mas sim a Deus.

6. Preocupe-se em fazer o trabalho que Deus lhe confiou com humildade;

“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo” (Filipenses 2.3). Qualquer coisa que eu fizer que não seja sobre a égide da humildade, pode me tornar orgulhoso. Qualquer coisa que eu faço que prevaleça o partidarismo pode destruir tudo que tenho feito.

CONCLUSÃO:

TRÊS PERGUNTAS:

1. Que personagem desta parábola eu me identifico?
2. Eu tenho investido com ousadia aquilo que Deus me confiou?
3. Eu tenho sido negligente no meu trabalho?
[1] Estudo elaborado para o encontro de segunda-feira, dia 23/06/2008.

4 comentários:

Mirandela, a Saga Continua! disse...

Fico feliz por ser o primeiro a postar sobre esta matéria interessantíssima,rica e também muitíssimo motivadora,esclarecendo várias dúvidas quanto aos valores cristãos x negócios que no dia a dia costuma nos deixar esquecidos de alguns conceitos relacionados outrora aprendidos.
Realmente Cristo foi e sempre será o Mestre dos Mestres!
Agradeço a Deus por ter lhe abençoado com esta visão e a você,pelo empenho em nos divulgar,caracterizando a mensagem maravilhosa!
Que Deus lhe abençoe cada vez mais! e,se possível,faça contato afim de que pertença ao meu círculo de amigos,ok!
Um abraço!

♥Luciana de Mira♥ disse...

POxa, esse estudo me ajudou bastante a colocar algumas ideias no lugar, foi bastante util pra mim e poderei refletir sempre sobre isto em cada passo que eu der. Deua te abençõe!

Ivanilson disse...

OBRIGADO, FAÇA BOM USO DO TEXTO, ABRAÇOS

Mirandela, a Saga Continua! disse...

Luciana,muito obrigado mesmo pelo comentário!
Deus lhe abençoe! beijos!